A parte mais agradável da vida do jovem nos Escuteiros é o acampamento. Viver ao ar livre, sob o olhar de Deus e das estrelas, no meio das colinas, das árvores, das aves, do mato, do mar e dos rios, ou seja, viver com a natureza, dormindo numa tenda, cozinhando e explorando por sua conta, tudo isto dá saúde e alegria coisas que não se podem experimentar entre o cimento e o fumo da cidade.
Claro que surgem sempre muitos problemas a resolver e alguns imprevistos a superar. Por exemplo, a escolha do mínimo indispensável que se deve levar para o acampamento. Contudo, é nestes desafios que os jovens desenvolvem a auto-suficiência, encontrando, na sua capacidade manual e na sua imaginação, os recursos necessários para se desembaraçarem e tornarem alegre e divertida a viagem, a estadia, a confecção dos alimentos, ou arranjar um abrigo para a noite.
O acampamento é um momento marcante na vida de um Escuteiro, onde os jovens tomam verdadeira consciência da alegria que se experimenta a viver e a trabalhar com os seus irmãos Escuteiros. É o momento privilegiado para se enraizar e desenvolver o espírito de Patrulha; é aqui que nascem recordações comuns, que se criam tradições.
Baden-Powell, no "Escutismo para Rapazes", deixou a seguinte nota para os pais relativamente aos acampamentos:
"O campismo é a grande atracção que chama o rapaz para o Escutismo e oferece o melhor ensejo para o ensinar a confiar em si próprio e a cultivar a iniciativa, além de contribuir para o seu robustecimento.
Há pais que, não tendo nunca experimentado a vida de campo, olham os acampamentos com desconfiança, julgando-o demasiado áspero e arriscado para os filhos. Mas, quando os vêem voltar cheios de saúde e alegria manifestas, e moralmente desenvolvidos em personalidade e sociabilidade activa, não podem deixar de apreciar os bons resultados de uma tal digressão.
Espero, pois, sinceramente que se não impeçam os rapazes de se entregarem a diversões desta natureza."