segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Na pista de Saulo

Quanto a mim, sou judeu, nascido em Tarso da Cilícia, e nesta cidade criado aos pés de Gamaliel, instruído conforme a verdade da lei de nossos pais, zeloso de Deus, como todos vós hoje sois. (Ap 22-3)

Pouco passava das 8 horas da manhã quando o Agrupamento em peso entrou no autocarro e partiu em direcção a Fátima. No ar pairava a excitação que sempre antecede uma grande actividade e os últimos vestígios da sonolência típica da hora matutina depressa desapareceram no meio de risos e cantorias. Num ambiente de brincadeira e cumplicidade, miúdos e graúdos cantaram a uma só voz, tornando rápida a viagem.
À chegada, mochilas para um lado, brincadeiras para outro e vinha a ser tempo de formar equipas. Com nome, grito e lema escolhidos, foi hora de almoçar que a barriga já se queixava.
Fomos então surpreendidos pela terrível notícia do desaparecimento de Saulo, um menino traquinas. Aí, as equipas de busca e salvamento deitaram mãos à obra e partiram em direcção ao Santuário de Fátima, onde aprenderam mais sobre o local e sobre a vida do nosso menino reguila.
Depois de um manjar digno de fazer os Deuses roerem-se de inveja, assistimos à conversão de S.Paulo e percorremos o caminho por onde tantas vezes os pequenos pastorinhos de Fátima levaram as suas ovelhas, sendo este tempo utilizado para reflexão e partilha em equipa.
Como já se ia fazendo tarde e já havia lobitos a dormir pelos cantos, voltámos para o quentinho e procurámos o conforto do saco-cama.
Após uma longa noite de sono e de um pequeno-almoço apetitoso, foi hora de fazer valer a nossa vertente católica e assistimos à missa no Santuário.
Depois do almoço, deixámos o local onde tínhamos pernoitado e dirigimo-nos às grutas de Alvados, desvendando assim alguns mistérios da Mãe Natureza. Descemos aos confins da terra para sermos envolvidos numa encruzilhada de estalactites e estalagmites.
Mas como tudo o que é bom acaba depressa, começou a ser tempo de regressar a casa, numa viagem bem mais calma que a anterior devido ao cansaço acumulado.
A reter desta viagem, sem dúvida, a união do nosso Agrupamento e o espírito de reflexão envolvente.
É, com certeza, para repetir.

Ana Maria Ramos – Golfinho Desafinado